Pastur divulga mensagem de dom Irineu Roman para o Dia Mundial do Turismo

O arcebispo de Santarém (PA) e referencial da Pastoral do Turismo (Pastur) na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Irineu Roman, assinou mensagem para o Dia Mundial do Turismo, celebrado em 27 de setembro. O texto, divulgado pela Pastur, apresenta reflexões a partir da mensagem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral para a data e oferece propostas práticas para o Setor do Turismo, cujas empresas e trabalhadores sofrem “o grave impacto da pandemia de Covid-19”.

Dom Irineu destaca também em sua mensagem o tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para este ano “Turismo para o crescimento inclusivo – a pessoa além das estatísticas” e a proposta de “olhar além das estatísticas do turismo e reconhecer que por trás de cada número ali é uma pessoa” (cf. Mens. Dia Mundial do Turismo 2021).

Entre as propostas práticas para o setor do turismo que a Pastur pode oferecer, dom Irineu indicou a atuação no serviço voluntário através da Pastoral do Turismo como “forma singela de testemunhar a nossa fé cristã de forma prática e humana”; ter disponibilidade em se doar para ouvir, oferecer informações, curiosidades e detalhes de uma Igreja ou arquitetura que embeleza os diversos Santuários dedicados à Virgem Maria e aos Santos de norte a sul de nosso país; e ofertar aos irmãos atenção, respeito e diálogo é tudo que as pessoas necessitam após essa batalha contra o Covid–19.

Olhando para a realidade profissional do turismo, dom Irineu reflete sobre a oportunidade de empreender em fontes alternativas de trabalho e que autoridades e gestores de empresas “enxerguem os profissionais do turismo como uma possibilidade de regularizar, qualificar e gerar oportunidades a partir da inclusão de acadêmicos e profissionais formados, no planejamento e gestão do turismo em suas cidades”. Tudo isso, no horizonte de “promover um desenvolvimento sustentável, respeitando o meio ambiente e gerando renda e emprego para muita gente que enfrenta necessidades”.

 

Mensagem para o Dia Mundial do Turismo 2021

Dom Irineu Roman,CSJ 

Bispo Referencial da Pastoral do Turismo da CNBB

Neste Dia Mundial do Turismo, o Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral (DHI) reconhece o grave impacto da pandemia COVID-19 nas empresas e trabalhadores envolvidos neste setor, em particular, trabalhadores em regime de meio período e trabalhadores de baixa remuneração que recebem benefícios do estado, bem como trabalhadores que não têm qualquer apoio financeiro.

Damos especial atenção, portanto, ao tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para este ano: “Turismo para o crescimento inclusivo – a pessoa além das estatísticas”. Neste sentido “olhar além das estatísticas do turismo e reconhecer que por trás de cada número ali é uma pessoa” (cf. Mens. Dia Mundial do Turismo 2021).

Durante o seu pontificado, o Papa Francisco fez diversos apelos em seus escritos para “ir além” dos dados econômicos, para ir ao encontro das pessoas com dificuldades; favorecer o bem-estar social e económico de toda a humanidade, oferecendo a todos a oportunidade de realizar o seu próprio desenvolvimento.

“Precisamos de sistemas econômicos que permitam a todos ter acesso aos frutos da criação, às necessidades básicas da vida: terra, abrigo e trabalho. Com efeito, este é o tipo de crescimento inclusivo ou, na linguagem da Doutrina Social da Igreja, desenvolvimento humano integral que o Dicastério deseja promover neste Dia Mundial do Turismo. Um desenvolvimento que é para cada pessoa, para todas as dimensões da pessoa, que respeita a terra, ou seja, a nossa “casa comum” (Mens Dia Mundial do Turismo 2021).

A pandemia nos fez perceber que estamos ligados uns aos outros. Até o turismo de um país sofre se os habitantes de outros países não podem viajar devido a restrições sanitárias. Temos que recuperar a consciência de que, como povo, temos um destino comum. Por esse motivo, é necessário enfocar uma abordagem inclusiva do turismo e resistir às tentações do individualismo e do nacionalismo, tão prevalecentes na sociedade contemporânea. (Mens. DMT 2021).

 

Como Pastoral do Turismo (Pastur), que propostas práticas podemos oferecer para o setor do turismo?

Atuar no serviço voluntário através da Pastoral do Turismo é uma forma singela de testemunhar a nossa fé cristã de forma prática e humana.

Disponibilidade em se doar para ouvir, oferecer informações, curiosidades e detalhes de uma Igreja ou arquitetura que embeleza os diversos Santuários dedicados a Virgem Maria e aos Santos de norte a sul de nosso país.

Ofertar aos irmãos atenção, respeito e diálogo é tudo que as pessoas necessitam após essa batalha contra o Covid–19.

Nossos profissionais do turismo como, por exemplo, os guias de turismo, turismólogos, agentes e operadores promotores do turismo que vêm uma esperança de retorno da atividade neste setor seja no segmento cultural, de negócios ou até mesmo gastronômico; não podemos deixar de citar a importância do turismo de base comunitária (TCB), como oportunidade de renda alternativa para muitas famílias de comunidades tradicionais do nosso Brasil. Esta é uma forma de promover um desenvolvimento sustentável, respeitando o meio ambiente e gerando renda e emprego para muita gente que enfrenta necessidades.

Agora é oportunidade de empreender em fontes alternativas de trabalho, para que se tenha uma inclusão de profissionais que aproveitaram esse período pandêmico para estudar de forma remota, para se capacitar e qualificar a mão de obra do turismo, com a esperança de reestabelecimento de sua economia e sua dignidade através do trabalho. Por isso, convidamos as empresas ligadas ao Turismo, para abrirem suas portas aos novos profissionais mais qualificados e capacitados para o exercício do Turismo.

O Dicastério incentiva todos a se comprometerem com um turismo que permita o encontro de pessoas e de diferentes territórios, onde a admiração da beleza possa abrir estilos de vida respeitosos com os outros e com o planeta. Daí a insistência do Cardeal Peter Turkson, a nos orientar a promover um turismo que respeite as pessoas e a natureza, tendo em vista uma economia justa e inclusiva.

Por fim, gostaria de fazer um apelo especial para os governantes do setor privado, das esferas públicas, de nossas instituições religiosas que enxerguem os profissionais do turismo como uma possibilidade de regularizar, qualificar e gerar oportunidades a partir da inclusão de acadêmicos e profissionais formados, no planejamento e gestão do turismo em suas cidades. Temos certeza que somente através da valorização da pessoa, não como número, mas como filho de Deus, somente através da inclusão desses profissionais poderemos ter um retorno pós covid abençoado, e a certeza de que fomos renovados pelo amor de Deus, e assim poderemos, juntos, construir uma sociedade com mais trabalho, dignidade e prosperidade.

Fonte: CNBB

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