Pasconeiras – agentes de pastoral da Pastoral da Comunicação no Brasil – refletem sobre os sentidos contidos na mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS), cujo título é “Escutar com os ouvidos do coração”, lançada ontem, dia 24, na festa de São Francisco de Sales, o padroeiro dos comunicadores na Igreja. O 56º DMCS será celebrado em todo mundo no dia 29 de maio.
Para a coordenadora da Pascom da arquidiocese de Manaus (AM), Adriana Barbosa de Souza Ribeiro, o Papa Francisco é, de fato, um homem muito sábio com os temas que propõe, a cada ano, e com as mensagens que ajudam a refletir sobre a comunicação.
“Para este ano, quando nos convida a ‘escutar com o ouvido do coração’, o Santo Padre nos leva a observar como ocorre o processo de comunicação no dia a dia. Fazer essa reflexão é um desafio porque vivemos num período em que todos acreditam que têm o direito e a liberdade para falar, mas nem sempre nos damos conta da necessidade de escutar”, ponderou.
Escutar para a pasconeira é essencial em qualquer parte, inclusive, e principalmente, na Igreja. “Se não soubermos nos escutar como irmãos e reconhecer em cada um a presença de Deus, onde iremos parar?”, questiona. A agente de pastoral defende que a “escuta nos fortalece e nos permite conhecer a realidade do outro e sentir a sua dor”.
Adriana deseja que, a partir do caminho sinodal que a Igreja está vivendo, que é um caminho de escuta entre os cristãos e católicos do mundo todo, surjam novos espaços e novas formas de exercício da escuta nas comunidades católicas. “Não dá para dizer que ama a Deus tapando os ouvidos para o clamor do povo. Não deve existir um divórcio entre Deus e o Humano. Que possamos fortalecer nossa Igreja por meio da escuta”, pediu.
“Escutar com o ouvido do coração”
A pasconeira Gicelia Azevedo, do Grupo de Trabalho (GT) de Articulação da Pascom na diocese de Caratinga (MG), acredita que o tema da mensagem para o 56º Dia Mundial das Comunicações deste ano é um presente do Papa Francisco à Igreja no momento em que está sendo vivenciado um processo sinodal.
Segundo ela, o processo de escuta perpassa o ato de ouvir. Escutar vai além de simplesmente parar. “E necessário aceitar, dialogar, compartilhar, partilhar, ajudar, acolher”, defende.
Ela aponta que o mundo vive um momento “em que um barulho ensurdecedor nos cala, nos amedronta, nos faz fracos”. Ela aponta, frente a isto, ser necessário com urgência colocar em prática a convite do Papa Francisco: “escutar com o coração”.
Para ela, no âmbito pastoral o “ouvir, ir e ver” significa estar atento à necessidade do outro e da outra e marca um aspecto forte no papel do verdadeiro comunicador. “Que possamos aprender realmente a ouvir com o coração”, conclui.
Escutar na Igreja
A Coordenadora da Pascom na diocese do Rio Grande (RS), Eliane Ávila, destaca o trecho da mensagem no qual o Papa afirma que “a escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”.
“É fundamental que nosso coração saiba escutar. A escuta não deve ser um simples sentido de audição, temos que ter a sensibilidade de ouvir o divino. E onde está o divino? O divino está no interior de cada um de nós”, aponta.
Segundo ela, na Igreja ainda permanece o desafio de escutar, primeiro, a voz de Deus e também a voz dos irmãos. “Muitas muitas vezes o irmão está ao nosso lado e passa despercebido, aquele irmão que vem em busca de uma palavra, de um carinho, um consolo, mas que também tem muito a nos ensinar”, apontou.
Fonte: CNBB