Dia 19 de Abril celebramos o dia em homenagem as populações indígenas, nomenclatura dada batizada pelo colonizador, talvez fosse melhor dizer celebrar o dia dos primeiros habitantes destas terras.
Falar de povos indígenas é falar de uma diversidade enorme de populações diferentes entre si, diversas línguas, culturas, a forma de se organizar e de compreender a vida e o mundo. O fato é que já estavam aqui antes da chegada dos colonizadores, e que sob o seu domínio, foram violentados, escravizados massacrados e removidos a força dos seus territórios, perseguidos e em outros casos, exterminados.
Apesar de toda violência e opressão do estado, os povos indígenas resistem e lutam hoje para garantir seus direitos e sua sobrevivência. Segundo o último censo do IBGE, em 2010 a população indígena no Brasil é de 896 mil indígenas, pertencentes a 305 povos diferentes e falantes de pelo menos 274 línguas.
Estes povos vivem em aldeias, mas também em acampamentos, em retomadas ou nas cidades. Além disso, também no Brasil, pelo menos 116 registros de povos indígenas isolados (ou livres), que vivem em áreas de mata, sem contato com a população não indígena (CIMI, 2020).
Assim, podemos entender que estes povos buscam, sobretudo, que se respeite o seu direito à diferença: o direito a existirem como povos que vivem de acordo com princípios que não são orientados ao lucro, à ganancia e à propriedade como valores absolutos, um direito que está garantido pela Constituição Federal, e para existir na diferença, existe um requisito fundamental e indispensável: o território, que possui importância não apenas física, mas também simbólica e espiritual.
O dia 19 de abril também deve ser o dia de solidariedade e comunhão com a situação precária em que vive hoje as populações indígenas em toda América Latina.
Somos convidados/as a fazer uma reflexão no modo como nos relacionamos com o nosso planeta. E que as populações originarias com o seu modo de viver – o bem viver tem muito a nos ensinar. Na Encíclica Laudato Si (LS), Papa Francisco alerta: dizendo que os povos indígenas, muitas vezes tratados por grupos econômicos e pelo Estado como “entraves ao desenvolvimento” do País podem nos ensinar outras logicas e outras formas de nos relacionarmos entre nós e com o planeta que coabitamos.
O Estado do Maranhão – Brasil- abriga em seu território aproximadamente 37 mil indigenas, totalizando dez Etnias – Povos originários. Destas, cinco estão na jurisdição eclesiástica da diocese de Grajaú, somando aproximadamente 30 mil indígenas das etnias: Canela Ramkokamekrá, Canela Apanyekrá, Krenyê, krepum kateiê (Tronco linguístico Macro Jê – Timbira) e Guajajara (Tronco linguístico Tupi), distribuídos nos municípios de: Arame, Barra do Corda, Fernando Falcão, Grajaú, Itaipava do Grajaú, Genipapo dos Vieiras e Tuntum.
A ação Missionária da Pastoral Indigenista (PI) está organizada em âmbito de Diocese, Vicariato e paróquia. Em cada Vicariato, as paróquias são convocadas a assumir a acompanhamento de seus povos indígenas. Tendo como objetivo “ser presença solidária e de esperança entre os povos indígenas, pela escuta e diálogo, respeitando e valorizando a cultura, fortalecendo o seu protagonismo na defesa da vida, em vista da construção do Reino de Deus”.
Junto com os povos originários buscamos contribuir com atividades, para as lutas e conquistas dos seus direitos indígenas no que diz respeito: a saúde, educação, segurança alimentar, defesa de sua cultura, ritos, territórios, dignidade e vida.
Sensível aos gritos dos povos indígenas a Assembleia diocesana de 2019 assumiu como prioridade “Povos Indígenas e Juventudes”, como os Projetos:
1- Formação de Lideranças diocesanas;
2- Formação com lideranças Indígenas;
3 – Articular o setor Juventude.
“Povos Originários Lutando pela Paz, Justiça e Bem Viver”.
Venha você também somar conosco nesta missão!
Fraternalmente a Pastoral Indigenista.