A cerimônia de entrega do troféu Margarida de Prata pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio, ao cineasta cearense Wolney Oliveira foi realizada nesta quarta-feira, dia 10. A honraria faz parte dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com o objetivo de oferecer um reconhecimento público da Igreja ao trabalho meritório de profissionais da comunicação social nos diversos meios que apresentaram suas obras.
“É uma honra estarmos aqui para o reconhecimento do trabalho de Wolney Oliveira, premiado com o Margarida de Prata. Este troféu chega à sua 53ª edição e neste ano premia o trabalho tão digno e tão bem feito deste artista cearense”, destacou o arcebispo, dom José Antonio, na ocasião da entrega.
O cineasta produziu e dirigiu o documentário “Soldados da Borracha” que retrata a saga de cerca de 60 mil brasileiros que foram enviados, durante o período da Segunda Guerra Mundial, à região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos para trabalhar na extração de látex, material que se tornou estratégico para a vitória dos Aliados no conflito. A promessa de voltarem para casa como heróis e com aposentadoria equivalente à dos militares nunca se cumpriu, e o filme narra a batalha desses soldados, até hoje, pelo reconhecimento.
“Esses heróis, os soldados da borracha, foram levados com a promessa de fazer fortuna nos seringais, mas já na travessia foram atingidos por febre amarela e outras armadilhas da floresta. Mais de 60 mil desses homens morreram, dos quais 30 mil aqui do Ceará. Registrar essa história no cinema é dar visibilidade a estes heróis”, pontuou o agraciado Wolney Oliveira.
A cerimônia ainda contou com a presença do bispo auxiliar dom Julio Cesar, padre Watson Façanha, coordenador de pastoral da arquidiocese de Fortaleza, professor Cândido Albuquerque, reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), o também cineasta Rosemberg Caryryr, além de artistas, secretário de estado e imprensa.
Wolney Oliveira é diretor da Casa Amarela Eusélio Oliveira, do departamento de cinema da Universidade Federal do Ceará, e também diretor-executivo do Festival Ibero-americano Cine Ceará. Em 2015, lançou o filme Os Últimos Cangaceiros (2011), no qual explora a história do cangaço brasileiro a partir da trajetória de Durvinha e Moreno, que fizeram parte do bando de Lampião e Maria Bonita.
Troféu Margarida de Prata
O troféu Margarida de Prata foi uma criação original do artista plástico e joalheiro Márcio Mattar que atendeu a um pedido da Central Católica de Cinema para sugerir e confeccionar o primeiro prêmio de 1967. O nome Margarida de Prata resultou de um acordo entre o artista e a Central, não apenas por se tratar de uma flor de rara beleza e com inúmeros significados simbólicos, mas também por sugerir uma aproximação com outro troféu de um dos principais festivais de cinema, a Palma de Ouro de Cannes.
Com informações Pascom Fortaleza
Fonte: CNBB