A Diocese de Grajaú, e a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas – Província Irmã Cléglia Ânesi, que há 15 anos é presença junto aos Povos Indígenas nesta Diocese, manifestamos solidariedade ao povo Guajajara e suas famílias na Terra Indígena Araribóia, pelo assassinato do guardião da floresta, o indígena Paulo Paulino Guajajara e do ferimento do também guardião, Laércio Guajajara, ocorrido no dia 01 de novembro de 2019, na área pertencente a Bom Jesus das Selvas-MA. São guardiães que defendem as florestas, o território e seu povo.
Repudiamos toda forma de violência cometida sistematicamente contra os povos originários, em nome de um pseudo crescimento econômico, que se torna cada dia mais insustentável.
Nosso Deus é o Deus da Vida. Nele encontramos razão para continuar lutando “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo. 10,10b), e para que a paz prevaleça na terra. Em sintonia com o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, afirmamos: “A defesa da vida, da comunidade, da terra e dos direitos dos povos indígenas é um princípio evangélico, em defesa da dignidade humana” (cf. Doc. Final, n. 47).
“Tombou mais uma árvore”.
Um espírito se foi
Pela bala da ambição
Foi na dor da covardia
Uma tocaia descoberta
Cacique Paulo Guajajara
Era um guardião da floresta.
Caiu feito angelim e mogno
De vermelho urucum o solo manchou
Deitado no colo da mãe terra
Seu espírito levantou.
Até quando ainda veremos
O progresso destruir nosso ser?
O facão do capitalismo
Fere a alma e o coração
Traz a mão suja de sangue
Do verde da mata
Um filho que maltrata
Pela ganância, grana, poder
Sangra o Povo da floresta
“Índio” tua morte é uma festa
Tua terra quero ter…
… sua luta não terminou!
Amazônia ancestral
Será protegida com sangue na dor”
(Poema de Márcia Kambeba)
Paulo Paulino Guajajara vive!
Grajaú, MA, 03 de novembro de 2019.
+ Dom Rubival Cabral Britto, OFMCap
Diocese Grajaú
Ir. Ana Lúcia Corbani, CF
p/ Coordenação Provincial
Ir. Marinete Silva Souza, CF
p/ Pastoral Indigenista
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