Pastoral do Turismo aposta na retomada do setor no Brasil e foca esforços na implementação de novos núcleos e na formação e espiritualidade dos agentes

O ano de 2022 apresenta perspectivas positivas para o setor do Turismo no Brasil que começa a reagir no pós-pandemia. Dados da pesquisa mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que entre maio e agosto de 2021 o acúmulo já aponta uma alta de 49,1%.

Ciclo de romarias em Canindé. Foto: Secretaria de Turismo de Canindé

O Turismo religioso, que também movimenta bastante a economia, sofreu os impactos da pandemia da Covid-19, principalmente, depois que os templos religiosos, como basílicas e santuários, tiveram de fechar as portas para evitar aglomerações.

Porém, a expectativa para o ano de 2022 é de crescimento e a Pastoral do Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), celebra essa retomada.  Para este ano, a pastoral preparou dois grandes momentos de atuação. O primeiro é a disseminação do Livro ‘Marco Histórico e Pastoral do Turismo (Pastur)’, publicado pela Edições CNBB no fim de 2021.

A obra apresenta a identidade, a história e a realidade da Pastoral do Turismo no Brasil, uma experiência que foi sendo elaborada no decurso de sua existência, até os dias atuais. O livro apresenta desde o perfil do agente e a espiritualidade da acolhida, até aos conceitos antropológicos e teológicos que permeiam toda atuação dessa importante pastoral que “prepara, defende e acolhe” irmãos e irmãs, em diversas regiões do Brasil.

“Nós pretendemos difundir este livro em 2022 para que possamos avançar na compreensão sobre a identidade, missão e metodologia da Pastur no Brasil”, explica o coordenador Nacional da Pastoral do Turismo, padre Manoel de Oliveira Filho.

Além desse trabalho de base, a pastoral prepara o 7º Encontro Nacional da Pastur, na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, que será realizado entre 22 e 24 de setembro. “O encontro será uma oportunidade para os agentes refletirem sobre a sua identidade enquanto pastoral da mobilidade”, diz.

Padre Manoel de Oliveira Filho. Foto: arquivo pessoal

A Pastur trabalha a partir de quatro eixos de ação: Turismo Religioso e Cultural, Turismo de Base Comunitária, Dimensão Profética e Formação de Agentes. Outro ponto importante que já vem sendo trabalhado com os agentes de pastoral é a formação e a espiritualidade, afinal são eles que atuam diretamente na missão de evangelizar o mundo do Turismo.

De acordo com a coordenação nacional da Pastur, ao longo de 2022, a meta é continuar implementando núcleos da pastoral nas dioceses brasileiras. “Esse é o mais importante para efetivar a evangelização no mundo do turismo”, ressalta o padre.

Turismo e o direito universal

O Concílio Vaticano II diz que tudo que tem relação com a pessoa humana não é indiferente ao coração da Igreja. Segundo a coordenação nacional da Pastur, o descanso, o passeio, a fruição da vida, o turismo portanto, de tão importante é considerado direito universal e divino.

De acordo com padre Manoel Filho, existe um universo de pessoas ligadas ao turismo. Profissionais das mais diversas áreas, comunidades acolhedoras e o turista em si. “A Igreja não pode e não deve negligenciar esse mundo.”

No entanto, a Pastur faz um alerta como tudo que é humano, o turismo carrega contradições. Segundo a pastoral, no entorno da atividade turista existe o trabalho infantil, a prostituição, a precarização das condições de trabalho e etc.

“Precisamos denunciar tudo que fere a dignidade humana no vasto mundo do turismo. O Evangelho sempre é notícia boa que resgata e aprimora. Por isso precisamos evangelizar o mundo do turismo”, ressalta padre Manoel Filho.

Fonte: CNBB

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