Dom Pedro Cipollini, bispo da diocese de Santo André (SP), realizou na manhã da quinta-feira, dia 2 de dezembro, a entrega do troféu da 53ª edição dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a jornalista Rosa Maria Martins Silva, da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo (Scalabrinianas) e atuante na Igreja Matriz de Santo André, da diocese de Santo André (SP).
Ela foi a vencedora na categoria Papa Francisco (Pesquisas), com a dissertação Menores estrangeiros não acompanhados – uma análise da representação no fotojornalismo italiano.
“Esse prêmio fala de um ‘jornalismo em saída’. O Papa Francisco está pedindo por uma Igreja em saída. Então, ir aonde estão as minorias, ir aonde estão os pobres. Essa também é uma tarefa do jornalismo: se comprometer com uma sociedade mais justa e mais fraterna”, enfatizou Rosa, em seu discurso de agradecimento, recordando as falas do Santo Padre em relação à cultura do encontro, ou seja, irmos às periferias existenciais e geográficas no mundo, buscando a inclusão de todos, no caminho sinodal da evangelização e da promoção da dignidade da pessoa humana.
Rosa destacou o caráter social do jornalismo. “Esse prêmio me alegra muito neste sentido, porque é um sinal de que o nosso fazer jornalístico scalabriniano está no caminho certo, a partir deste sonho lindo que o Papa Francisco tem, de sairmos da autorreferencialidade, que possamos ir na busca de um mundo novo, de igualdade entre todos”, afirma.
Ela também destacou o reconhecimento da Igreja pela luta dos menores. “Dos 82,4 milhões de refugiados no mundo (relatório divulgado pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), em 2020), metade são crianças. E metade desta metade, viajam sozinhos pelo mundo, desde o início da vida até os 18 anos. Então, esse reconhecimento da luta das crianças e do protagonismo delas, também”, acrescenta Rosa, ao também dedicar o troféu para a população afro-descendente, inúmeras vezes vítima de injustiças sociais, discriminação e preconceito.
Por sua vez, dom Pedro Cipollini evidenciou a importância do Prêmio para a Igreja e toda a sociedade, parabenizou a vencedora e às missionárias scalabrinianas, bem como elogiou a temática escolhida.
“Fico muito feliz da senhora (Rosa) ser premiada e justamente com esse tema da migração, dos migrantes, cada vez mais atual. O Papa (Francisco) frisa muito isso. Um trabalho de mestrado. Agora, pede à madre para a senhora fazer o doutorado, não para a sua grandeza. Tudo que somos na Igreja é pela causa do Reino de Deus. Nós somos, como o Papa Bento XVI diz, simples operários da vinha do Senhor. E pela causa do Reino de Deus precisamos ter gente que tenha força de falar, de profetizar em conferências, assembleias e nos fóruns pelo mundo”, reflete.
Sobre o ato de entrega
O ato da entrega do prêmio aconteceu no Edifício Santo André Apóstolo, sede da Cúria Diocesana, e reuniu a superiora geral da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo (Scalabrinianas), irmã Neusa de Fátima Mariano, MSCS; a superiora provincial da Província Maria, Mãe dos Migrantes (Região África e América do Sul), irmã Maria Lellis da Silva, MSCS; a religiosa da Comunidade do Colégio São José, em Santo André; e irmã Jucilaine Aparecida Soares, MSCS; e a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, Rosana Schwartz, que participou da banca avaliadora do premiado trabalho.
Rosa Martins agradeceu à CNBB e ao bispo diocesano, e dedicou o prêmio à Congregação das Irmãs de São Carlos Borromeo e ao Papa Francisco. “Esse prêmio é das scalabrinianas e do Papa Francisco, porque é um reconhecimento da Igreja de que esse tema migrações tão emergente é uma temática muito importante na sociedade e um sinal de que a Igreja reconhece o trabalho das irmãs scalabrinianas e com todo incentivo do nosso Papa Francisco”. Também mencionou a professora Rosana, “que participou da minha banca e leu o meu trabalho com muita dedicação e sempre me acompanhou nesta jornada.”
Irmã Neusa indicou o protagonismo do trabalho, ao falar do acompanhamento de toda a pesquisa realizada por Rosa para a conclusão da dissertação. “Da mesma forma que você partilha esse prêmio com a congregação, nós reconhecemos o seu esforço, a sua dedicação, com muito empenho e seriedade na pesquisa. Eu tive a graça de acompanhá-la na sua trajetória de pesquisa, no sul da Itália, e sei do quanto você empenhou para trazer voz, trazer nesta pesquisa, não somente dados e informações, mas a visão da história de dores e dramas presentes no mundo das migrações, de maneira especial, aqueles mais vulneráveis, que são os menores não acompanhados”, elucida.
Sobre a 53ª edição dos Prêmios de Comunicação da CNBB
Os 45 finalistas participaram, de forma virtual, de um programa de televisão dinâmico, com produção coordenada pela TV Pai Eterno. O programa foi ao ar na noite do dia 20 de outubro de 2021, nas emissoras de inspiração católica e redes sociais da CNBB. O anúncio dos 15 ganhadores dos Prêmios foi feito ao longo do programa, que contou com a apresentação da Manuela Castro, assessora de Comunicação da CNBB e do jornalista Zé Eymard. Conheça todos os ganhadores.
Sobre Rosa Martins
Rosa Martins tem 53 anos e nasceu em Inhapim (MG). É mestre em Comunicação, Imagem e Entretenimento pela Fundação Cásper Líbero (SP). Também é licenciada em Filosofia pela Universidade Salesiana de Lorena (SP) e Bacharel em Teologia pelo Instituto São Boaventura de Roma, na Itália.
Relembre a entrevista concedida à Assessoria de Comunicação da Diocese de Santo André) em que Rosa fala sobre a inspiração para o trabalho, a motivação para concorrer ao prêmio da CNBB e a emoção do reconhecimento:
Com informações e fotos da diocese de Santo André (SP)
Fonte: CNBB