O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Ulrich Steiner, e o arcebispo de Brasília (DF), dom Paulo Cezar Costa, foram surpreendidos ao acompanharem a oração da Regina Coeli conduzida pelo Papa Francisco, na manhã de ontem. O pontífice anunciou o nome dos dois brasileiros entre os 21 novos membros do Colégio de Cardeais da Igreja Católica.
Os dois partilharam como foi receber a notícia do novo serviço que irão exercer em seu ministério episcopal. Dom Leonardo disse que, primeiro, ficou incrédulo e acredita ser uma alegria para para todos da Amazônia. Do Paulo Cezar Costa avalia como uma “grande delicadeza do Papa Francisco” com a Igreja em Brasília e no Brasil.
Carinho pela Amazônia
Dom Leonardo afirmou que a nomeação para o cardinalato não diz respeito apenas a sua pessoa.
“Nós sabemos como o Papa Francisco tem um carinho especial pela Amazônia e pelas Igrejas que estão na Amazônia. Nós sabemos que no tempo da pandemia ele teve a delicadeza de ligar para nós. E agora, com essa nomeação, mostra mais uma vez o quanto ele está próximo das nossas Igrejas, está próximo da nossa região. É por isso que nós nos alegramos”.
Em entrevista coletiva à imprensa na capital amazonense, dom Leonardo falou da responsabilidade que se assume na Igreja; da necessidade de viagens a Roma e da indicação que deverá ser feita pelo Papa Francisco para participar de algum Dicastério na Cúria Romana. Mas, para ele, o mais importante “é a alegria de ter um cardeal na Amazônia, que a Amazônia não ficou esquecida”.
“Eu me alegro de poder participar agora mais intensamente da construção dessa Igreja que deseja ser uma Igreja cada vez mais missionária, cada vez mais presente e uma Igreja cada vez mais viva”, disse dom Leonardo.
Perguntado sobre a relação da escolha do Papa com o processo de animação e fortalecimento da atuação da Igreja na região amazônica, cujo ponto importante foi o Sínodo para a Amazônia, em 2019, dom Leonardo acredita que o fato de sua nomeação para o Colégio Cardinalício seja expressão do Sínodo e que o Papa “esteja pedindo das nossas Igrejas que realmente assumam o Sínodo, especialmente o texto Querida Amazônia e o documento final”.
Servir com alegria
Dom Paulo Cezar Costa falou para as redes sociais da arquidiocese de Brasília e com a imprensa durante visita à Paróquia Divino Espírito Santo Paráclito, na região do Park Way, no DF.
“Estava assistindo ao Regina Coeli do Papa pela TV, como gosto de fazer aos domingos pela manhã, quando o Papa falou sobre a convocação do consistório. Disse o nome de Dom Leonardo e, depois, chamou o meu. A emoção foi grande.”, afirmou o arcebispo.
Para dom Paulo, “é uma grande delicadeza dele com a Igreja de Brasília, uma grande delicadeza dele com a Igreja do Brasil”. Ele salientou que a responsabilidade aumenta, lembrando que os cardeais “são homens mais próximos do Papa e devem ajudá-lo no governo da Igreja”.
“E eu quero continuar a servir com alegria, olhando sempre pra Maria, que é a serva do Senhor, e sempre peço a ela que me ajude a servir, a continuar a servir à Igreja com alegria. Os cardeais vestem vermelho, vermelho significa sempre o Cristo que nos amou a ponto de dar por nós a própria vida. Que eu possa fazer sempre da minha vida um dom de serviço, um dom de amor, servindo à Igreja de Brasília, servindo à Igreja do Brasil e ajudando o Papa a servir, governando a Igreja do mundo”, disse.
Presidência da CNBB saúda dom Leonardo Steiner e dom Paulo Cezar Costa, anunciados pelo Papa como novos cardeais do Brasil
Fonte: CNBB