Ceama: Conferência Eclesial da Amazônia anuncia decreto de criação e aprovação dos estatutos pelo Vaticano

A Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) anunciou a aprovação dos estatutos e o decreto de criação como “organização da Igreja Católica com personalidade jurídica canônica e pública” pelo Papa Francisco.

“Esta grata e desafiadora notícia foi comunicada pelo Cardeal Marc Ouellet, prefeito do Dicastério para os Bispos, num decreto de 3 de outubro de 2022”, anunciou a presidência da entidade.

O estatuto indica que a Ceama “está destinada a promover a sinodalidade e a pastoral de conjunto entre as Igrejas dos territórios amazônicos; fomentar a interculturalidade da fé; ajudar a delinear o rosto amazônico da Igreja; e propiciar a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora, incorporando a proposta da ecologia integral e enraizando assim a fisionomia da Igreja na região”.

O arcebispo de Huancayo, no Peru, e presidente da Ceama, cardeal Pedro Barreto, celebrou a decisão da Santa Sé: “a aprovação jurídica canônica e pública da Ceama é motivo de profunda gratidão a Deus, ao Papa Francisco e a todos aqueles que animaram esse processo sinodal”. A referência é ao Sínodo para a Amazônia, realizado em 2018. Na oportunidade, o documento final da assembleia sinodal indicou a criação de uma entidade “que contribuísse para a realização de um plano pastoral conjunto para a região amazônica”.

“Ao mesmo tempo, reconhecemos que nosso desafio imediato é comunicar-nos com as Conferências Episcopais, a fim de explicar a graça especial da Ceama como espaço de escuta, discernimento e ação missionária pastoral na Região Amazônica. Da mesma forma, nos comunicaremos com as Nunciaturas Apostólicas para que elas possam nos ajudar no reconhecimento legal da Ceama perante os Estados incluídos no território amazônico”, disse o cardeal Barreto.

Criação

A Conferência Eclesial da Amazônia foi criada em 29 de junho de 2020, inspirada na eclesiologia do Concílio Vaticano II. Na ocasião, a assembleia elegeu como presidente, por unanimidade, o cardeal Cláudio Hummes.

Em 27 de março deste ano, dom Cláudio Hummes apresentou à assembleia sua renúncia à presidência da CEAMA, por razões de saúde. Na oportunidade, “expressou seu ardente desejo de ‘consolidar’ a experiência inicial e sem precedentes da Conferência Eclesial da Amazônia”, segundo o comunicado da atual presidência. A pedido da Santa Sé, foram elaborados novos Estatutos, desta vez aprovados por sua assembleia em 23 de agosto apresentados ao Papa Francisco no dia 2 de setembro.

“No dia 27 de outubro, celebramos os três anos do encerramento do Sínodo Especial da Amazônia com este presente de Deus: a criação da Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA como “uma organização da Igreja Católica com personalidade jurídica canônica e pública””, destaca a presidência da Ceama, que conta também com os brasileiros cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e irmã Laura Vicuña.

Leia também:

Cardeal Barreto: A CEAMA é “um pequeno, mas gigantesco passo na eclesiologia do Vaticano II”.

Fonte: CNBB

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