Brasil participa de encontro que reuniu Comissões Justiça e Paz das Conferências Episcopais do mundo

Organizado pelo Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, do Vaticano, o encontro promovido pelas Comissões “Justiça e Paz” das Conferências Episcopais do mundo aconteceu de forma online, nos dias 17 e 18 de novembro, com o objetivo de refletir o  papel das Comissões “na época pós Covid-19”, analisando os “desafios atuais e perspectivas futuras à luz da Laudato Si’ e Fratelli Tutti”.

Abertura feita no encontro das Comissões Justiça e Paz no dia 18/11, pelo cardeal Peter Turkson. Crédito: Daniel Seidel/ Arquivo CBJP

Do Brasil participaram o secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Daniel Seidel e o secretário adjunto da CBJP, professor Francisco Botelho.

Em entrevista ao portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Daniel falou que no encontro foi possível colocar a difícil situação que é enfrentada no Brasil, bem como as consequências dos resultados da CPI da pandemia, realizada no Senado Federal, que “mostra que 2/3 das mais de 600 mil mortes que ocorreram no país poderiam ter sido evitadas”.

Daniel citou, ainda, os esforços que a Igreja no Brasil tem feito, sobretudo com o Pacto pela Vida e pelo Brasil, e toda a movimentação do laicato para fazer com que o Pacto possa ser efetivamente assumido por toda a sociedade.

A situação de fome e miséria em que se encontram as famílias brasileiras também foi lamentada pelos membros da CBJP no encontro.

Ouça o áudio na íntegra:

A mensagem do Papa Francisco aos participantes do encontro das Comissões Justiça e Paz

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro promovido pelas comissões “Justiça e Paz” das Conferências Episcopais do mundo, que se reuniram por videoconferência, nos dias 17 e 18 de novembro.

No texto, o pontífice destaca que a crise atual mostrou como persistem em nossa sociedade desafios não resolvidos que exigem o esforço conjunto de muitos atores. Por isso, na missão de divulgar e dar a conhecer a doutrina social da Igreja, recorda aos participantes neste encontro que “podem fazer uso extensivo das encíclicas Laudato Si ‘e Fratelli tutti, procurando combiná-las segundo diferentes situações locais, nos diferentes contextos continentais, regionais e nacionais ”.

“Em todas as partes do mundo – diz a mensagem – o desenvolvimento integral e, portanto, a justiça e a paz, só podem ser construídos por meio destes dois caminhos: o cuidado da casa comum e a fraternidade e a amizade social. Dois caminhos que se originam no Evangelho de Cristo, mas nos quais podemos caminhar juntos com muitos homens e mulheres de outras confissões cristãs, de outras religiões e mesmo sem uma filiação religiosa específica ”.

Por isso, escreve Francisco, encorajo-vos a realizar este trabalho com esperança, determinação e criatividade. Faço isso sabendo o quão desafiador é o contexto atual, caracterizado pela crise sanitária e social devido à pandemia de Covid-19 e por antigos e novos surtos de conflito, enquanto tende a regredir em relação aos compromissos adquiridos após as imensas tragédias de século passado ”.

Divulgar a doutrina social da Igreja – “A crise atual – acrescenta o pontífice – revelou inúmeras contradições no sistema econômico e político, enquanto persistem desafios não resolvidos que exigem o esforço conjunto de muitos atores. “Exorto-vos, portanto, a abordar estes temas também em colaboração com outras realidades eclesiais e civis – locais, regionais e internacionais – empenhadas na promoção da justiça e da paz”.

Na mensagem, o Papa recorda também que São Paulo VI, pouco depois da conclusão do Concílio Vaticano II, “instituiu a Pontifícia Comissão Iustitia et Pax”. E São João Paulo II “reformou-o no Pontifício Conselho Justiça e Paz”.

“Estou certo de que estes dois Santos Pontífices, com a sua intercessão, continuam a acompanhar o seu trabalho nas numerosas Comissões Justiça e Paz das Conferências Episcopais de todo o mundo”.

O Papa sublinha que estas Comissões desempenham um serviço indispensável na pastoral social das Igrejas locais. Com efeito, têm a tarefa de difundir e dar a conhecer a doutrina social da Igreja, trabalhando ativamente pela proteção da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos, com opção preferencial pelos pobres e pelos menos favorecidos. Desta forma, contribuem para o crescimento da justiça social, econômica e ecológica e para a construção da paz.

Confira a mensagem do Papa Francisco na íntegra (AQUI).

 

 

Com informações da agência AICA

Fonte: CNBB

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