Introdução
A criação da Prelazia de São José de Grajaú foi preparada pela presença e pelo trabalho dos frades capuchinhos lombardos no Maranhão a partir do ano de 1893.
Os frades atentos às instâncias que lhes chegavam de uma realidade em grande parte caracterizada pela grave falta de clero, pela ausência quase total de outras presenças missionárias, por estruturas eclesiásticas precárias ou até quase inexistentes, foram se abrindo progressivamente a diferenciadas formas de presença e de atividade para responder à necessidade urgente de evangelização no meio de uma população quase completamente abandonada.
Aos poucos, porém, os frades missionários percebem que é necessário concentrar as forças em âmbitos mais restritos e pensar num trabalho mais orgânico e sistemático.
O interior do Maranhão aparece concretamente o lugar onde poderia concentrar-se o novo esforço missionário. Trata-se, com efeito, de uma das áreas mais abandonadas e quase sem estruturas de Igreja; há forte presença de povos indígenas que exigem tentativas e formas novas de evangelização. Devagar vai surgindo a ideia de aceitar uma estrutura religiosa autônoma na parte oeste/sul do Maranhão, onde a Missão capuchinha poderia concentrar agentes e meios em vista de criar sólidas estruturas de Igreja, capazes de desenvolver um trabalho orgânico de evangelização e de catequese.
A Diocese de São Luis abrangia o Maranhão inteiro, e isso preocupava muito o bispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira, por causa da grande extensão e dos muitos povos com pouquíssima assistência espiritual e social. Esse bispo era um homem de grande visão e sincero admirador dos serviços dos padres Capuchinhos lombardos, que aqui estavam desde 16 de Agosto de 1893 representados pelo Frei Carlos de São Martino Olearo.
Dom Helvécio pensa e deseja a criação de uma Prelazia, que pensa entregar aos cuidados do Padres Capuchinhos, e aos 09 de Junho de 1921 escreve uma carta de petição à Nunciatura Apostólica.
Sua Santidade o Papa Bento XV dignou-se aprovar o projeto, mas a morte o colheu em 22 de Janeiro de 1922, e assim teve-se que procrastinar por algum tempo a publicação da bula.
Sua Santidade Pio XI, sucessor de Bento XV, em 10 de Fevereiro de 1922 publica a bula RATIONI CONGRUIT que eleva a Diocese de São Luis a Arquidiocese e sede de Província Eclesiástica e, ao mesmo tempo, cria a PRELAZIA DE SÃO JOSÉ DE GRAJAÚ.
A Prelazia, no ato de sua criação, tem uma superfície de mais de um terço do Maranhão e uma população de quase 103.000 habitantes; compreende cinco imensas paróquias, isto é:
Santa Cruz de Barra do Corda;
Nosso Senhor do Bonfim de Grajaú;
São Pedro de Alcântara de Carolina;
Santa Teresa de Imperatriz;
Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Porto Franco;
São Francisco Xavier de Turiaçu.
Esta nova circunscrição está situada entre a Arquidiocese de Belém, a Diocese de Porto Nacional e a Arquidiocese de São Luis, com exclusão de uma pequena faixa litorânea para os lados de Turiaçu.
Os Capuchinhos de Milão pouco depois, no começo de Julho de 1922, assumem a execução da bula pontifícia, e apresentam ao mesmo tempo o candidato a Administrador Apostólico na pessoa de Frei Roberto de Castellanza, que há mais de 23 anos trabalha como missionário no Brasil e há quatro como Superior Regular. Ele exerce a função de Administrador Apostólico de 05 de Setembro de 1922 até 18 de Dezembro de 1924. O Papa Pio XI, com o breve “Comissum humilitati Nostrae”, o elege Bispo-Prelado da Prelazia de São José de Grajaú. A eleição a bispo o surpreende já no final de sua terceira visita pastoral, a qual alcançou 2.700 quilômetros.
DOM ROBERTO COLOMBO DE CASTELLANZA
Nasceu em Castellanza /Milão-Itália) aos 21 de fevereiro de 1870. Tendo ingressado na província capuchinha de Milão, fez sua profissão religiosa em l887 e foi ordenado presbítero aos l9 de maio de 1894.
Veio ao Brasil em 1898 com um grupo de jovens missionários trazidos por frei Reinaldo de Paullo. Na Itália foi professor por alguns anos no Seminário seráfico de Sovere. Aqui na Missão seus primeiros labores foram na Colônia indígena de Santo Antônio do Prata (Pará). Em seguida, destinado a Barra do Corda, foi desobrigante por 12 anos no meio dos índios e sertanejos. Partindo da sede paroquial, percorreu incansável as freguesias de São Luís Gonzaga, Loreto, Riachão, Grajaú, Santo Antonio do Prata, Arari e Vitória. Na época do massacre de Alto Alegre, foi ele que recebeu das mãos de frei Estevão, superior da casa, os despojos dos co-irmãos tombados pela fé.
Destinado em 1910 à residência de Fortaleza, com abnegado zelo administrou o Santuário do sagrado Coração de Jesus. Em 1916 nomeado Superior Regular da Missão, desdobrou-se do Ceará ao Pará em viagens cansativas para animar os missionários em suas tarefas. Em 1922 foi nomeado Administrador Apostólico da recém-criada Prelazia de São José de Grajaú. Em 1924 foi eleito bispo titular de Camaco e sagrado na Catedral metropolitana de São Luís em l925.
No ano seguinte, na Itália aonde tinha ido em busca de recursos para a Prelazia, os médicos o advertiram sobre suas precárias condições de saúde. Ao voltar junto ao seu rebanho, a doença se manifestou rapidamente em toda a sua virulência. Sendo tratado em São Luís e não obtendo resultados, a conselho dos médicos se transferiu a Fortaleza. Lá concluiu sua trabalhosa jornada apostólica aos 08 de novembro de 1927.
Ele é sagrado bispo na Catedral de São Luis em 03 de Maio de 1925. Seu ingresso na sede de Grajaú acontece só em Fevereiro de 1926, por causa do movimento revolucionário no interior. Suas ações que permanecem: colégios, escolas, residências missionárias, igrejas, capelas, pequenas bibliotecas, salões-teatro, instituições assistenciais e culturais adaptadas ao ambiente e apropriadas à mentalidade de sertanejo. Muito mais importante é o trabalho interno de recuperação católica, que verdadeiramente “sacudiu o sertão adormecido”, levantou monumentos de pedra, mas, acima de tudo, procurou criar centros catequéticos, fundar irmandades e associações religiosas, difundir a cultura cristã, salvar a infância e extirpar a praga do concubinato; atentou para a gravidade do perigo protestante e espírita. Não pôde realizar uma instituição dedicada aos índios, mas sempre com eles manteve contato: os missionários visitam as aldeias e os índios visitam a residência dos missionários. Esse incansável apóstolo entregou seu espírito ao Criador na noite de 08 de Novembro de 1927.
Organização da presença e do trabalho dos missionários na criação da Prelazia:
Paróquia de Grajaú:
Frei Alfredo de Martinengo – Pároco
Frei Natal de Besana – Encarregado da Pastoral indígena
Frei Apolônio de Desenzano
Frei Galdino de Pradalunga
Frei José de Castanhal
Paróquia de Imperatriz:
Frei Cirilo de Bergamo – Pároco (substituído pro Frei Querubim de Carpiano)
Frei Gaudêncio de Rescalda – Desobrigante
Frei Aleixo de Fortaleza
Paróquia de Carolina:
Frei Lourenço de Alcântara – Pároco
Frei Matias de Ponteranica
Frei Emiliano de Brescia – Desobrigante
Frei Graciano de Arcisate
Frei João Pedro de Belém
Paróquia de Barra do Corda:
Frei Ricardo de Dovera – Pároco
Frei Teobaldo de Monticelli – Desobrigante
Frei Carmelo de Brescia
Frei Angélico de Porongaba
Paróquia de Turiaçú:
Frei Miguel de Origgio – Pároco
Frei Eugênio de Moretta
Frei Bernardino de Mornico – Desobrigantre
Frei Simpliciano de Abbiategrasso
Frei Francisco de Ourém
A Prelazia se enriquecera com a presença das irmãs Capuchinhas que vêm para auxiliar e sustentar o trabalho dos missionários. A Grajaú chegam em 1922; a Turiaçú em 1923 e a Imperatriz em 1926.
A sede vacante permanece de 08 de Novembro de 1927 até 10 de Janeiro de 1930, data em que assume a direção da Prelazia o então Vigário Capitular Frei Emiliano de Brescia, que tinha chegado em Grajaú 19 de Janeiro de 1928.
DOM EMILIANO LONATI
Nasceu em Brescia-Itália aos 3 de fevereiro de 1886. Ingressou na Província capuchinha de Milão, emitinso sua profissão religiosa aos 19 de março de l906. Foi ordenado presbítero aos 06 de agosto de 1913.
Professor e Vice-Mestre dos noviços capuchinhos na Itália. Veio ao Brasil em 1920.
Desobrigante em Barra do Corda, Grajaú e Carolina. Depois da morte de Dom Roberto Colombo, foi nomeado Administrador Apostólico da Prelazia de Grajaú e, em l930, Bispo-Prelado da mesma Prelazia.
Animou seus padres a realizarem obras notáveis de evangelização. Zelou a catequese e o apostolado entre os povos indígenas. Teve carinho especial pelos pobres e pelas crianças. Promoveu o desmembramento da Prelazia, dando origem àquela de Carolina. Erigiu as paróquias de Presidente Dutra, Tuntum, Sítio Novo, Esperantinópolis. Ficou quarenta anos a frente de seu rebanho. Em l966 entregou a responsabilidade da Diocese ao Bispo coadjudor, Dom Adolfo Bossi, permanecendo em Grajaú como Bispo emérito.
Morreu em Grajaú pranteado por todos aos 29 de setembro de 1971. Seus despojos descansam na Catedral onde foi Mestre e Pastor.
O Bispo Prelado Dom Emiliano Lonati foi eleito em 10 de Janeiro de 1930 como bispo titular de Epifania e prelado nullius de São José de Grajaú; foi sagrado bispo em 08 de Junho de 1930 na Catedral de Brescia e chega na Prelazia para a posse em Janeiro de 1931, passando alguns dias em Barra do Corda, parando em Alto Alegre.
Aos 07 de Dezembro de 1938, nas suas bodas de ordenação sacerdotal, Dom Emiliano lança a primeira pedra da futura catedral, que será inaugurada em 31 de Dezembro de 1941. Além da catedral, lembramos a completa reconstrução do Colégio São José da Providência de Barra do Corda, residência e capela de Porto Franco, restaurações na antiga residência de Alto Alegre e o Paço Episcopal de Grajaú.
A 22 de Julho de 1939 o Papa Pio XII com a bula “Ad maius Christifidelium bonum” cria a nova Prelazia do Gurupi, chamada de Pinheiro, que abrange também Turiaçu e a paróquia anexa de Carutapera. Circunstâncias especiais impediram que os Capuchinhos de Turiaçu se retirassem imediatamente, e os mesmos encerraram lá definitivamente sua atividade apostólica em Janeiro de 1945.
A obra de Dom Emiliano na Prelazia tem sido caracterizada pelo esforço de dar um cunho solidamente paroquial aos vários centros: Grajaú, Barra do Corda, Imperatriz, Carolina, e em sugerir, depois de anos de experiência, os critérios que devem orientar as desobrigas e o apostolado entre os fiéis do sertão. Sempre foi um verdadeiro Bispo missionários, esquecendo a mitra e o báculo para continuar a ser missionário entre os missionários, nas longas e fatigantes viagens de desobriga, sempre o primeiro no trabalho, nos sacrifícios, na dedicação às almas. Dom Emiliano traz da Itália o médico capuchinho Frei Alberto Beretta, o qual constrói um grande hospital para atender os doentes não só de Grajaú, mas de toda a Prelazia e de lugares mais longínquos; esse dedicado Frei não mediu sacrifício e viagens para socorrer a todos que necessitassem e veio a falecer aos 08 de Agosto de 2001 na Itália.
A catequese indígena permanece dentro das preocupações pastorais de Dom Emiliano. Já em 1932 solicita relatórios e informações dos missionários para ter conhecimento seguro do problema e preparar planos e programas de evangelização.
Entre os missionários que com coragem e generosidade se dedicaram nessa pastoral devem ser lembrados: Frei Lourenço de Alcântara, atento conhecedor da realidade indígena , que trabalha sobretudo na área de Imperatriz com tentativas de penetração também entre as tribos do Gurupi; Frei Adriano de Zanica que, continuando o trabalho de Frei Eliodoro, tenta pôr as bases de uma catequese duradoura nas aldeias de Barra do Corda; Frei Josué de Monza e Frei Tomé de Stezzano na região de Grajaú.
Dessas tentativas pastorais possuímos preciosos relatórios, ricos de notícias sobre o mundo dos povos indígenas.
Seguindo as diretrizes de Dom Emiliano Lonati, as paróquias vão enriquecendo-se com ambientes e iniciativas que permitem cuidadosa obra de evangelização e de catequese, enquanto se abrem para um fecundo trabalho de promoção humana.
Em Imperatriz surge a nova Igreja de Sta. Tereza, construída com gosto e competência por frei Francisco de Chiaravalle; surge sempre em Imperatriz um moderno e funcional Colégio. Carolina, com a Igreja reestruturada e sucessivamente ampliada, é favorecida pela presença das irmãs que começam a gestir um eficiente colégio, importante e válido instrumento para a formação da juventude. Barra do Corda aperfeiçoa e aumenta as suas estruturas para a catequese e as atividades de promoção humana. Em Grajaú são desenvolvidos multíplices projetos, enquanto se prepara a construção da ampla e majestosa Catedral, cuja prima pedra é colocada no dia 07 de dezembro de 1938
A pedido de Dom Emiliano Lonati, em 14 de Janeiro de 1958 é criada a Prelazia de Carolina (com a bula “Qui aeques”), sempre confiada aos Capuchinhos Lombardos, tendo como primeiro Prelado o bispo Dom Cesário Minali.
A partir de 1958 Dom Emiliano é auxiliado no trabalho missionário por Dom Adolfo Luis Bossi, che é sagrado Bispo aos 14 de Setembro de 1958 em Sesto San Giovanni, como bispo coadjutor. Dom Emiliano Lonati renuncia em 25 de Janeiro de 1966 e morre em Grajaú aos 29 de Setembro de 1971.
DOM ADOLFO LUÍS BOSSI
Nasceu aos 23 de junho de 1908 na cidade de Sesto San Giovanni (Milão-Itália). Ingressou na província capuchinha de Milão onde fez sua profissão religiosa em 1925.Foi ordenado presbítero aos 23 de julho de 1933.
Veio ao Brasil em 1935. Professor e diretor na casa de formação dos capuchinhos em Guaramiranga (Ceará). Dedicou-se à pregação ambulante e às santas missões populares. Superior em Fortaleza, São Luís e Belém, em 1949 é nomeado vigário geral da Prelazia de Grajaú e pároco da Catedral. Em 1952 foi eleito superior da Custódia capuchinha.
Em l958 foi eleito bispo coadjutor da Prelazia de São José de Grajaú, em auxílio a Dom Emiliano Lonati. Em 1966 assume a responasabilidade da Prelazia, permanecendo neste ofício pastoral até 22 de agosto de 1970. Voltou a Itália em 197l. Como bispo emérito, residiu em Milão, oferecendo sua disponibilidade no serviço à Igreja local.Continuou a reza e a ajudar a “sua” Diocese de Grajaú, da qual gostava dizer de ser agora o primeiro fiel, ao longo de 31 anos. Faleceu na cidade de Bergamo aos 08 de maio de 2002.
Pastor dedicado e generoso, nos deixou um grande exemplo de fé, de amor à Igreja, de zelo e trabalho a serviço de nossas comunidades. Promoveu a formação do clero diocesano; inaugurou o Seminário diocesano “Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos” em Barra do Corda.
Coração aberto e generoso, concretizou seu sonho com a realização da “Vila San Marino” para os seus queridos hansenianos.
Dom Adolfo Luis Bossi, que dirigiu a Prelazia até 1971, sempre encarou com seriedade as responsabilidades tremendas do múnus episcopal. As necessidades da Prelazia são grandes, o trabalho que ela exige do Prelado é intenso. É ele que funda o Seminário Diocesano “Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos” em Março de 1969 e ordena a 25 de Abril de 1971 o sacerdote “secular” de sua Prelazia, o Pe. Bruno Bortolaso.
Por motivos de saúde, Dom Adolfo renuncia aos 12 de Setembro de 1970, permanecendo como Vigário Capitular até 1971. Em Julho deste mesmo ano ele é com-consagrante na sagração episcopal de Dom Valentino Lazzari, seu sucessor; depois dedica-se, na Itália, a sustentar a obra que fundou e tanto amou: a vila San Marino para os hansenianos. Vem a falecer em 08 de Maio de 2002 em Bergamo (Itália).
Aos 18 de Maio de 1971 o Papa Paulo VI elege e aos 25 de Julho de 1971 é consagrado o novo bispo titular de Castelo de Tetraporto e prelado de São José de Grajaú, Dom Valentino Lazzari, que toma posse a primeiro de Novembro do mesmo ano, com o lema “unitas in caritate”. Seus programas prioritários são: Vocações sacerdotais, Catequese e Apostolado leigo. Com pobreza de clero, há mais um grave problema, isto é, a grande superfície da diocese (41.538 Km2) com uma população de 288.747 habitantes, divididos em dez paróquias, assistidos por 21 sacerdotes, dos quais seis são diocesanos e quinze capuchinhos, mais dois religiosos não clérigos e três congregações de religiosas. O bispo é obrigado a viagens longas e massacrantes.
DOM VALENTIM LAZZARI
Nasceu em Cologno al Serio (Bergamo-Itália) aos 03 de janeiro de 1925. Fez sua profissão religiosa na província capuchinha de Milão aos 14 de julho de 1943. Ordenado presbítero em l950, veio ao Brasil em 1954.
Lecionou teologia nos Seminários capuchinhos de Parnaíba e Fortaleza. Secretário da Custódia capuchinha, Custódio e Vice-provincial.
Foi sagrado bispo de Grajaú no dia 25 de julho de 1971.
De inteligência aguda e sutil, foi professor e educador dos vocacionados á vida franciscano-capuchinha. De profunda e segura doutrina pregou Santas Missões ao povo e retiros espirituais a sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos engajados. Personalidade marcante, caracterizada por otimismo e alegria zelou pelo crescimento de sua Ordem capuchinha. Eleito bispo de Grajaú, deu novo alento à renovação pastoral, baseando-se sempre no essencial e no respeito das diretrizes da Igreja. Acompanhou com atenta solicitude a progressiva abertura de nossa Igreja particular de Grajaú, ao “novo” brotado do Concílio Ecumênico Vaticano II e das Conferências latino-americanas de Medellín e Puebla.
Deixou algumas publicações relativas às suas experiências pastorais.
Em 01 de Novembro de 1981 a Prelazia de São José de Grajaú é elevada a DIOCESE DE SÃO JOSÉ DE GRAJAÚ.
Dom Valentino Lazzari, que agora é o primeiro bispo diocesano de Grajaú, morre inesperadamente em 06 de Janeiro de 1983 em Bergamo (Itália).
É eleito Administrador Apostólico Dom Alcimar Caldas Magalhães, bispo de Carolina, até a escolha do novo bispo.
Aos 14 de Maio de 1984 é sagrado Bispo em Belo Horizonte o novo bispo de Grajaú, o capuchinho Dom Tarcísio Sebastião Baptista Lopes, o qual toma posse em Grajaú aos 30 de Junho de 1984. Entre os serviços prestados por este jovem bispo, está a reconstrução do seminário diocesano Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos em Barra do Corda, hoje o Centro Diocesano de Pastoral. Esse Bispo conseguiu da Santa Sé mudar o nome de Diocese de São José de Grajaú para DIOCESE DE GRAJAÚ.
DOM TARCISIO SEBASTIÃO BATISTA LOPES
Dom Tarcísio nasceu em São João del Reis –MG- no dia 18 de janeiro de 1938. Ingressou na província dos frades capuchinhos de Minas Gerais, onde fez sua profissão religiosa em 1956. Foi ordenado presbítero aos 28 de junho de 1964.
Exerceu seu ministério em Ouro Fino, Carmo do Paranaíba, Belo Horizonte e Uberlândia; foi Diretor do seminário seráfico, Guardião, pároco e definidor provincial.
Eleito bispo de nossa Diocese de Grajaú, foi ordenado em 14 de maio de 1984. Transferido para a Diocese de Ipameri-GO-, deixou Grajaú em fevereiro de 1987.
Como bispo emérito fixou sua residência na cidade de Uberlândia, de onde dava sua ajuda a várias paróquias locais e comunidades religiosas, sobretudo na pregação de retiros espirituais.
Faleceu por volta das 18 horas do dia 07 de novembro de 2001 em Uberlândia, em conseqüência de um fulminante infarto do coração.
No pouco tempo que passou em nossa Diocese, acompanhou com atenção os problemas sociais e os conflitos no campo, sobretudo na cidade de Arame, preocupado pela difícil situação do povo; promoveu as vocações sacerdotais e cuidou da reconstrução do Seminário diocesano de Barra do Corda.
Aos 31 de Dezembro de 1986 Dom Tarcísio é transferido para a Diocese de Ipameri-Go permanecendo como Administrador Apostólico de Grajaú até 22 de Fevereiro de 1987. Ele falece em Uberlândia-MG em 07 de Novembro de 2001.
Em 22 de Fevereiro de 1987 a Santa Sé nomeia Dom Rino Carlesi, Bispo de Balsas, como Administrador Apostólico de Grajaú.
Aos 20 de Maio de 1987 o Santo Padre, Papa João Paulo II nomeia o capuchinho Frei Serafim Spreafico como Bispo de Grajaú. O mesmo é consagrado e empossado em Grajaú no dia 11 de Julho de 1987. Em 03 de Agosto de 1995 Dom Serafim viaja à Itália doente, e em primeiro de Novembro do mesmo ano renuncia ao cargo de Bispo da Diocese de Grajaú.
DOM SERAFIM SPREAFICO
Dom Serafim, capuchinho, nasceu em Busnago (Milão-Itália) aos 11 de julho de 1939. Acolhido na Ordem capuchinha em l952, fez sua profissão religiosa aos 04 de outubro de l958 e foi ordenado presbítero aos 26 de março de 1966. Enviado como missionário ao Brasil depois de dois anos de estudo em Missiologia na Universidade Urbaniana em Roma, voltou à Itália depois de dezessete anos para o “ano sabático”, ao longo do qual, aos 21 de maio de 1986, apresentou a Tese de Doutorado em Missiologia, na mesma Universidade Urbaniana em Roma.
Aqui no Brasil, foi diretor do Seminário diocesano em Barra do Corda.Transferido para Grajaú, trabalhou incentivando a formação das comunidades eclesiais.Vigário cooperado e depois pároco na Paróquia de São Francisco de Assis em Belém, onde realizou o moderno complexo “Santa Isabel”, no bairro do Piquiá para as atividades de evangelização e promoção humana. Cuidou pela Pastoral Familiar incentivando o trabalho do ECC (Encontro de Casais com Cristo).
Fruto de seus estudos e de seu trabalho pastoral, o livro: Família cristã, Igreja doméstica.
Foi eleito Bispo da Diocese de Grajaú no dia 20 de maio de l987, sendo consagrado aos 12 de julho do mesmo ano.
Acompanhou a Diocese com zelo pastoral e sacerdotal preocupação pelo bem dos fiéis a ele confiados. Pastoreou num tempo delicado e difícil pelos problemas eclesiais e sociais do momento, entre os quais o ressurgir das tensões nas áreas indígenas que levaram à remoção do povoado São Pedro dos Cacetes. Procurou defender os direitos dos índios, garantindo ao mesmo tempo os direitos dos posseiros.
Por problemas de saúde teve que se afastar do pastoreio da Diocese em 1995. Voltou a Itália, onde desenvolve um precioso trabalho pastoral a serviço das Igrejas locais.
Continua acompanhando e ajudando a vida e a missão de nossa Diocese, à qual se sente unido como bispo emérito.
O Sr. Núncio Apostólico, Dom Alfio Rapisarda, deixa ao colégio dos Consultores a escolha do Administrador Diocesano; reunidos em Grajaú, em 07 de Novembro de 1995 eles escolhem Frei Leonardo Trotta como Administrador Diocesano, o qual administra a Diocese até a posse do novo Bispo.
Aos 21 de Janeiro de 1998 o Papa João Paulo II nomeia o capuchinho Frei Franco Cuter a bispo de Grajaú, e o mesmo é consagrado e empossado em Grajaú no dia 19 de Março de 1998.
O pastoreio de dom Franco se configura pela sinceridade, simplicidade e grande vontade de trabalho. O novo bispo enfatiza a formação, a catequese, a evangelização e a abertura para uma igreja toda ministerial.
CRIAÇÃO DE NOVAS PARÓQUIAS
Presidente Dutra (1945); Porto Franco (1949); Amarante (l954); Montes Altos (1957); Esperantinópolis (1955 – em seguida será trocada com a paróquia de Dom Pedro em 1968 na delimitação da nova Diocese de Bacabal); Tuntum (1959); Joselândia (1968); Sítio Novo (1969); Alto Alegre (1971-com a saída de Alto Alegre, a sede é transferida em seguida para o povoado de Jacaré); Governador Archer (1975); Arame (1981); Grajaú (São Francisco) (1999);Formosa da Serra Negra (2005).
No que diz respeito às construções, lembramos a esplêndida Catedral de Grajaú inaugurada no dia 3l de dezembro de 1941; a maravilhosa igreja de Barra do Corda levantada em homenagem aos Mártires de Alto Alegre e inaugurada em 1951; a Igreja de Presidente Dutra; o Calvário de Barra do Corda e a Igreja de Tuntum.
Frei Francisco de Chiaravalle que acompanhou a construção da Igreja-Santuário de Barra do Corda, assume também a construção do episcópio de Grajaú que vem assim completar as estruturas centrais da Prelazia.
Merece destaque especial a vigorosa dedicação no campo educativo, pois comprova a amadurecida consciência da importância desse trabalho de formação da juventude que, em geral, é feito possível pela presença e colaboração eficaz das Irmãs Missionárias Capuchinhas. Atenta e vivaz a presença no campo social que se concretiza numa gama de atividades de cunho assistencial e promocional mediante os quais os missionários acompanham e partilham as vicissitudes sofridas do povo.
Nesse contexto sobressai a obra maravilhosa de FREI ALBERTO BERETTA, GRANDIOSA E VENERADA FIGURA DE MISSIONÁRIO, comprometido na ação evangelizadora e no esforço incansável e generoso de aliviar, médico que era, os sofrimentos do povo. Dessa extremada doação surge em Grajaú eficiente e moderno Hospital onde Frei Alberto realiza por longos anos milagres de caridade.